Será que a vida é mais aproveitada quando não temos nada para perder ou quando sentimos necessidade de preservar tudo aquilo que conquistámos?
A resposta mais óbvia seria "bem, quando temos que preservar o que temos vivemos melhor porque temos algo a que nos agarrar". Mas a verdade é que as coisas não funcionam bem assim. Senão vejamos...
Certamente que todos nós guardamos recordações (umas boas outras más) do nosso passado (mais ou menos recente). Agora façamos um pequeno jogo: vamos experimentar olhar para dentro de nós e procurar experiências intensas (como é óbvio não vamos ter um flash repentino de todas). Agora, que fizemos uma primeira pré-selecção, vamos tentar lembrar-nos de experiência que tenham sido intensas e que tenham corrido bem (neste momento o mais natural é estarem a pensar que isto é uma perda de tempo mas no final até pode ser que resulte). Para restringir ainda mais a nossa pesquisa vamos procurar agora experiências que para além de intensas e boas tenham mudado de alguma forma a nossa vida. Já está? Pois bem... então agora está na altura de responder à pergunta: "será que essa experiência aconteceu num momento em que não havia o medo de poder perder algo no final dessa aventura?".Provavelmente a resposta será SIM. A verdade é que em grande parte das vezes, as experiências que mais nos marcam, que mais nos mudam e que mais nos ensinam são vividas em momentos que jogamos mais com o coração e menos com a cabeça temerosa.Valerá, então, a pena temer perder algo e não arriscar novas aventuras, novos desafios, novos riscos? Como é óbvio nem sempre nos devemos "atirar de cabeça" mas também não é menos verdade que o medo de sofrer, o medo de acabar algo que ainda nem se iniciou, o medo de se perder algo ou alguém por uma atitude que queremos tomar, muitas vezes se vira contra nós e só nos impede de viver a nossa existência de forma arrojada (não confundir com libertinagem) e prazerosa. Será que ao não realizarmos algo por medo de ficar a perder não estamos realmente a perder "a" oportunidade de sermos felizes? O que seria hoje de Bill Gates se tivesse tido medo de apostar em si próprio? O que teria acontecido com Lance Armstrong se tivesse tido medo de voltar a correr nas estradas? O que seria de nós se não tivessemos arriscado "vir parar a este mundo"? A resposta a estas perguntas, como sempre fica ao critério de cada um, mas como poderá alguém almejar ganhar o euromilhões se não arriscar jogar só por ter medo de não acertar? Como poderia Belmiro de Azevedo tentar ser um influente homem de negócios se não tivesse feito a OPA à PT por medo de não sair vencedor dela? A verdade é que muitas das vezes os riscos que se correm não nos trazem lucros mas sim prejuízos mas é mais verdade ainda que só quando queremos ganhar sem medo de perder é que conseguimos as verdadeiras conquistas das nossas vidas. Por isso, não se esqueçam: Sejam Felizes!
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