Referendo: um acto de democracia ou a ditadura mais velada que existe?
Muitas vezes, quando se fala em "defesa da democracia" puxa-se a cartada do Referendo. Referendo para isto, Referendo para aquilo. Hoje em dia, quase que se caiu na "moda dos Referendos".
Mas será isto verdadeiramente um hino à democracia? Penso que não!
O Referendo sobre a despenalização do aborto é um exemplo disso. Senão vejamos: a 28 de Junho 1998, foi realizado o primeiro escrutínio sobre esta temática. O resultado deu a vitória ao "Não". Contudo, como parte da nossa classe política não ficou satisfeita com este resultado, não descansaram até se fazer outro (grande acto democrático, não?). Basicamente os eleitores tornaram-se numa espécie de cromos de caderneta, que se comprar com bandeirinhas e demais propraganda até sair a colecção inteira, ou seja, até aparecer um "Sim"! Graças a Deus, à segunda foi de vez e o zé povinho livrou-se de mais não sei quantos referendos!
Como se não bastasse esta vitória por cansaço do "adversário", se analisarmos a afluência às urnas, vemos que poucos, muito poucos se dão ao trabalho de Referendarem o que quer que seja! E porquê? Será porque muitas vezes as perguntas são manhosas, peço desculpa, são de difícil compreensão? Ou será que é por o "sistema Referendo" estar gasto, e mais que gasto?
A verdade é que a nossa classe política prefere ignorar estes factos e tenta insistir neste tipo de escrutínio! E porquê? Porque na maioria, quem se dá ao trabalho se votar nestes Referendos são os defensores das causas, logo o resultado praticamente que é sabido de antemão! E chamam isto de democracia? ...
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