29 de abril de 2010

2ª Visão

Hoje, a SIC lançou o debate com a seguinte pergunta: "Estaria disposto a oferecer o seu subsídio de férias para ajudar o País?"
O problema do país não está no subsídio de férias ou nos salários da maioria dos funcionários públicos. O verdadeiro problema está numa "síndrome de novo riquismo" que teima em subsistir no Estado. Será que em tempos de contenção se justificam frotas automóveis do Estado com Lexus, BMW ou outras marcas "menos acessíveis"? Se Portugal já quase nem consegue ser "da classe média da Europa", como pode ser aceitável tentar viver com marcas das classes altas? Se temos que cumprir um Plano de Estabilidade e Crescimento, evitando gastos, como pode ser aceitável pensar-se quase exclusivamente no aumento das receitas em vez de cortes nas despesas? Qual a legitimidade de se pedirem sacrifícios ao comum dos portugueses, quando se insiste na construção de obras megalómanas só acessíveis às grandes economias? Como é possível, em tempos de contenção, querermos "lutar" pela organização de um Mundial de Futebol? Como é possível, em tempos de contenção, pagar as deslocações de uma deputada a França? Como é possível, em tempos de contenção, o Estado manter "nas suas fileiras" uma empresa gastadora como a RTP, preferindo privatizar empresas rentáveis?
Será mesmo o subsídio de férias a solução para este mar de incongruências?

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