"A última das ilusões é crer que as perdemos todas" (Maurice Chapelan)
Para o ser humano, a ilusão pode ser um farol, uma luz ao fundo do túnel, ou então, pode também ser o precipício, o fim da picada.
Tudo depende como cada um de nós encara a sua/suas ilusão/ilusões.
As ilusões podem ser inícios de certezas, podem ser o caminho para a realização pessoal, podem até ser o combustível da nossa viagem. Mas, para que elas dêem certo, o Homem não pode ter um papel de mero espectador, é preciso ser-se proactivo na busca da sua concretização, na luta pela sua realização. É muito fácil justificar a desilusão da ilusão com o "destino", com a "falta de pontaria" ou até empurrando a culpa para os outros. Se é verdade que muitas vezes não dependemos apenas de nós próprios, não é menos verdade que Sempre, mas Sempre, precisamos de nós para as concretizarmos, para darmos corpo a esse objectivo que queremos alcançar. Desistir, encolher os ombros ou apenas abanar a cabeça, são os gestos mais fáceis para os insucessos. São, muitas vezes, os exemplos daqueles tidos como "o exemplo". São, muitas vezes, o mal do insucesso pessoal, ou do insucesso de uma nação. Ainda hoje, as excepções que confirmam a regra são mostradas timidamente nos media, são silenciosamente admiradas por uma grande fatia da população, são raramente seguidas por essa mesma população. Por outro lado, o "desisto" é o termo mais ouvido, mais pensado no regaço da ilusão. E é este baixar de braços, é este hastear da bandeira branca que leva, na maioria das vezes, à desilusão, à frustração, ao apagar da luz ao fundo do túnel. É este "KO por desgaste" que tira muitas vezes o sentido a um projecto, a uma aposta de vida. E é aqui também que, não raras vezes, se distinguem os fortes dos fracos, se distinguem os bravos dos temerosos. É nesta altura que é preciso reerguer todos os tijolos da nossa casa, por mais partidos que eles estejam e voltar a cimentá-los, com novo cimento, com uma pintura diferente para que resistam às próximas chuvadas e aos próximos ventos. Se é verdade que a casa custa a construir, que leva tempo, que se despende um enorme esforço, não é menos verdade que é essa luta a fonte de adrenalina para o nosso dia-a-dia, não é menos verdade que é esse esforço que nos obriga a uma boa "preparação" para o enfrentar.
Nos dias de hoje, um pouco por todo o mundo, vemos populações apenas desistirem, apenas terem medo de sonhar. Mas, se queremos que "os dias de amanhã" nasçam soalheiros, então, teremos que voltar a acreditar. Voltar a acreditar em nós, voltar a acreditar nos nossos projectos, nos nossos objectivos. E assim, dia após dias, estaremos um pouco mais além...
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