9 de janeiro de 2011


Numa noite que prometia chuva, Gouveia deu de si, por entre Lendas eTrovas foram sete estranhas formas de vida que ousaram recriar uma festa na Mouraria. E se muitas vezes estamos habituados a que os vampiros da noitesuguem os talentos da casa, desta vez o Barco Negro converteu-se em Cegonha, e a plateia serviu de talismã para o talento de todos estes Fadinhos Serranos.


E se há quem diga que o fado invoca a tristeza, esta esteve longe. Houve tempo para Namoricos de Ritas por entre desfolhadas e Ginjas. Houve tempo para recriar a noite de Lisboa, para cantar Lisboa para igualar Lisboa. 


Talvez por maravilha naturalforam sete os Marujos que nos levaram até aoBairro Alto, viajando numa Fragata Real tal a intensidade produzida  pela comunhão das vozes com as cordas.


E por fim, se dúvidas existissem, garanto-vos que a Gaivota pôde voar descansada, por entre o silêncio do público, sinal maior da arte do Fado, pois tudo aquilo existiu, tudo aquilo se sentiu, tudo aquilo foi Fado...

Sem comentários: