14 de março de 2011



No rescaldo das manifestações do passado dia 12, a única coisa que podemos concluir é que não temos em Portugal uma geração à rasca, mas sim, somos um país à rasca. Isto porque a manifestação não mostrou só a juventude, sem trabalho, ou com trabalhos precários e a recibos verdes, mas também muitas outras gerações, mais velhas, preocupadas com os filhos e o seu futuro, preocupadas com os seus empregos e a redução dos ordenados, indignados com o estado a que isto chegou.
Motivados pelas canções, ou pelo simples cansaço de ver as coisas a piorar dia para dia, foram muitos os que se juntaram à manifestação, mais do que se fazia prever. No meio das frases de luta, apareciam frases contra o governo, exigindo a sua demissão. No facebook já corre um manifesto para demissão do governo e ao que parece pretende-se sair do estado de povo calado para o estado de povo revoltado e em acção.
A isto tudo, o governo responde com mais medidas de austeridade, ou não, porque agora o sector do Golf será premiado com uma descida do IVA de 23% para 6%...sem dúvida uma mostra de que os bens essenciais nunca são prejudicados com estas medidas de austeridade. A prova de que afinal até são bonzinhos! O discernimento para perceber o que é essencial ou não é, o bom do mau é que está um bocadinho afectado, diria até que se calhar já se deve ter perdido há muito. E como estamos na Semana Internacional do Cérebro, resta-me apenas desejar, um cérebro novo para os mais necessitados.


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