Li hoje, no Correio da Manhã Online, que "O Presidente da República foi o convidado para o último programa do "Gato Fedorento esmiúça os sufrágios", mas Cavaco Silva declinou o convite, alegando que o "bom senso" não lhe permitia aceitar o convite."
Confesso que ao início fiquei confuso pois não estava a ver nenhuma ligação entre "bom senso" e um programa de humor inofensivo. Foi então que decidi recorrer à Enciclopédia para me certificar do significado da palavra "senso": capacidade de julgar, entender ou raciocinar. Ora, fazendo uma simples conta de somar, fiquei com a certeza de que "bom senso" é a boa capacidade de julgar, entender ou raciocinar. Mas...

E o que é que isso tem a ver com a recusa de uma ida a um programa de entrevistas humorísticas? Será que a "boa capacidade de julgar, entender ou raciocinar", levou o Sr. Presidente da República a declinar o convite "dos Gato"? Sim? Então será que Marcelo Rebelo de Sousa tinha razão, quando no mesmo programa, disse que "ter poder" era relativo? Que na verdade quem tinha poder era quem conseguia criar uma fila de políticos disponíveis e/ou desejosos de serem entrevistados no "programa da moda"?
Acredito que o verdadeiro poder está em quem consegue discutir os mais diversos assuntos sem ambiguidade, sem complexos, sem tabus. Acredito que o verdadeiro poder está na mão daqueles que não temem confrontos ideológicos, quer estejam no seu "habitat" ou em "casa alheia".
Acredito que quem merece e tem o verdadeiro poder é aquele que mesmo estando perante condições adversas, consegue mostrar que o seu raciocínio é o mais lógico, o mais acertado.
E, sinceramente, acredito que há em Portugal quem o consiga fazer...
... mas, de certeza, que não é na actual classe política, infelizmente.
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