9 de novembro de 2009

Na margem da Europa

Andamos muitas vezes cansados, sem vontade de trabalhar e muito mesmos nos apetece aturar as coisas chatas do dia a dia. Uma fila de carros interminável, quando já estamos atrasados, alguém a tentar vender-nos qualquer coisa na rua, um pedinte, um questionário por telefone, uma pedra no meio do caminho na qual tropeçamos…enfim, percalços.
No outro dia fui a um banco para renovar o cartão de débito. Entrei por uma porta que quase bateu no balcão e tentei encontrar um espacito, entre os vidros exteriores e o balcão, aguardando ser atendida. Nisto entra um senhor, e resmunga com a porta que está no sítio errado, com o espaço para os clientes esperarem, com o atendimento lento…À saída o mesmo senhor, resmunga novamente e decide atirar com força com a porta que entretanto embate no senhor número dois, um cliente também à espera de para ser atendido, que por sinal era cego e não sabia que estava tão perto da porta. E a vontade de qualquer um de nós era dizer ao senhor “mal humorado” umas quantas “coisas”, mas para não sermos iguais a ele…deixamos o episódio triste passar.
Percalços todos nós temos, cansados todos nós andamos, ver coisas aberrantes já todos nós vimos. A atitude que temos perante todas as coisas menos boas e que nos acontecem na vida é que muda, de pessoa para pessoa.
Concordo que de facto a porta estava em mau sítio, quase como que a gozar com quem ali entrasse. Mas talvez a atitude mais correcta não seja bater com a porta, talvez se formos um pouco mais tolerantes e aplicarmos um pouco mais de cidadania nas pequenas chatices da vida, seja tudo muito mais fácil de ultrapassar…

Tenham uma boa segunda-feira,
Sofia

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